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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Investimento imobiliário será arma contra inflação em 2013


Para banco, investimento no mercado de imóveisoferece proteção contra a inflação dos serviços, a mais preocupante para os poupadores.



São Paulo – O mercado espera que a inflação pelo IPCA feche o ano em 5,43%, mas a inflação que mais deve preocupar os poupadores não é esta, mas a inflação dos serviços. Estudo encomendado pelo Banco Máxima à consultoria MB Associados prevê que a inflação de serviços deve fechar o ano em 8%, e 2013, em 9%. Como proteger o dinheiro de uma corrosão tão grande? A resposta, para o banco, está nos investimentos lastreados em imóveis.

A principal delas são os fundos imobiliários, fundos com cotas negociadas em Bolsa que investem em imóveis corporativos como shopping centers, prédios de escritórios e galpões industriais. Aqueles que buscam obter renda com o aluguel normalmente têm seus contratos corrigidos pelo IGP-M. “O IGP-M capta melhor a inflação dos serviços do que o IPCA, que é um índice muito mais voltado para os produtos”, diz o agente autônomo Arthur Vieira de Moraes, especialista em fundos imobiliários.

Além disso, os aluguéis advindos de fundos imobiliários são isentos de IR para a pessoa física, o que incrementa ainda mais a rentabilidade. Apenas o ganho de capital com a venda das cotas em Bolsa é tributado. “A demanda por fundos imobiliários está alta. Este investimento deve dar a tônica para 2013 e 2014”, observa Claudia Martinez, diretora comercial do Banco Máxima. Ela lembra ainda que, além da correção pelo IGP-M, aluguéis são revisados para cima de tempos em tempos, dependendo do aquecimento do mercado.

O banco já tem um fundo totalmente vendido, o Máxima Renda Corporativa, que deve estrear na Bolsa no início de 2013, e outro que ainda será formatado e aberto para captação no ano que vem. Ambos investem em diferentes partes do Edifício Sloper, no Centro do Rio de Janeiro, cuja locatária, a varejista Leader Magazine, tem 70% do seu capital nas mãos do BTG Pactual.

Papéis com lastro em imóveis
No mercado imobiliário, há ainda duas outras opções isentas de IR. As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). As primeiras são garantidas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) no valor de até 70.000 reais, o que significa que aplicações até esse valor são reembolsadas ao investidor em caso de quebra do banco emissor do papel.

As CRIs, que costumam ter valor de face maior e ser destinadas a investidores qualificados (que tem mais de 300.000 reais em aplicações financeiras) não contam com essa proteção, mas têm lastro em imóveis, que funcionam como sua garantia. Embora o pequeno investidor geralmente não tenha acesso a esse tipo de papel, existem fundos imobiliários especializados em investir em CRIs e LCIs, ou seja, apenas em papéis, não em imóveis físicos. Os rendimentos desses fundos também são isentos de IR.

Muitas CRIs remuneram uma taxa de juros prefixada mais a inflação para o IGP-M, o que é bastante interessante para o investidor que tem acesso a elas ou o cotista de fundos que aplicam nesses papéis, ao menos em termos de rentabilidade. As LCIs, porém, costumam ser pós-fixadas, isto é, remunerar um percentual do CDI.

No Banco Máxima é possível obter LCIs que paguem entre 91% e 100% do CDI para prazos entre 60 dias e um ano, totalmente isentos de IR. Uma LCI que pague 91% do CDI equivale a um CDB que pague 117,4% do CDI, de acordo com o banco.

Cuidados com os fundos imobiliários
Tanto os fundos imobiliários de aluguéis quanto aqueles que investem em recebíveis imobiliários – notadamente as CRIs – podem oferecer uma boa proteção contra a alta inflação que atinge o poupador. No entanto, convém ter alguns cuidados. Em primeiro lugar, prefira os fundos cujos contratos de aluguel são corrigidos pelo IGP-M ou que invistam em CRIs que paguem um percentual mais IGP-M, a fim de incorporar melhor a correção pela inflação. “Fundos cujos contratos são reajustados pelo IPCA podem, portanto, não ser a melhor opção”, diz Arthur Vieira de Moraes.

Além disso, um estudo publicado recentemente pela consultoria Colliers mostrou que o mercado de escritórios de alto padrão deve atingir a saturação na cidade de São Paulo já em 2013, uma vez que já houve um grande aumento da oferta desse tipo de imóvel em 2012 e haverá novas entregas no ano que vem.
“É bom acender a luz amarela com os fundos que investem nesse tipo de imóvel. O mercado até que absorveu bem os imóveis entregues em 2012, atingindo um equilíbrio, com uma taxa de vacância normal, entre 5% e 6%. Mas a demanda teria que manter o ritmo. Se o crescimento do país estagnar ou se houver recessão, a vacância vai aumentar e os aluguéis vão estagnar ou até cair. No mercado de escritórios, não deve mais haver muitos reajustes de preços. O gestor que conseguir manter o valor do aluguel já vai se dar bem”, explica Moraes.

Uma esperança é o fato de que São Paulo e Rio continuam atraindo capital estrangeiro. No caso da capital fluminense, a demanda deve continuar forte, principalmente nas áreas mais badaladas e com menos espaço para construir, como Centro, Copacabana e o eixo Ipanema-Leblon. Os eventos esportivos que a cidade vai sediar, bem como projetos como o Porto Maravilha, contribuem para valorizar a cidade que, segundo a Colliers, só deve entrar em estágio de superoferta em 2015.

“O Rio tem pouco espaço para construir e muitos prédios antigos nas regiões mais desejadas. Empresas que precisam de mais infraestrutura têm uma oferta pequena de imóveis e há muito espaço para readequar esses edifícios por meio do retrofit. Só tem que tomar cuidado com a Barra da Tijuca, que é um bairro com alta vacância e onde ainda há muito espaço para construir”, diz Vieira de Moraes, que lembra que em São Paulo, o equivalente à Barra seria Alphaville, que também demanda cuidado em função do aumento de vacância.
Para ele, como a renda do brasileiro continua crescendo, os imóveis ligados ao consumo, como os shopping centers e os galpões logísticos, têm boas perspectivas. Mas estes últimos também demandam cuidado. “Também houve alguma especulação e bastante entrega no mercado de galpões. Nem tudo está sendo absorvido”, observa.

Fonte: Exame

Imóvel super- econômico vira artigo de “luxo


Número de imóveis a venda com valor acima de R$ 1 milhão é 43% maior que o de unidades populares

Apontado como tendência há três anos, os imóveis supereconômicos perderam espaço no cenário imobiliário de Curitiba e se tornaram um artigo raro. Atualmente, o número de imóveis de luxo disponíveis para venda é 43% maior que o volume de unidades com valor até R$ 150 mi, segundo a Pesquisa Perfil Imobiliário 2012, realizada pela Brain Bureau de Inteligência Corporativa – consultoria especializada no setor de imóveis – com exclusividade para a Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR).

Especialistas apontam que a maior presença dos imóveis de alto padrão e a diminuição dos supereconômicos se devem ao aumento no valor dos terrenos e a baixa rentabilidade, que acabaram inviabilizando a construção do segundo segmento. “Não se lançam tantos empreendimentos deste porte e o estoque tende a ser menor, a lógica é essa. Lança-se menos porque a rentabilidade é pouca e poucos investem pelo baixo lucro. Por outro lado, a demanda por imóveis supereconômicos é a maior e está concentrada nas classes C, D e E”, aponta o professor de Vendas Imobiliárias, Canais de Vendas e Trade Marketing do Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas (Isae/FGV), Henrique Penteado Teixeira.

10%
foi o aumento médio no valor do metro quadrado dos terrenos ofertados para a venda em Curitiba entre janeiro e outubro deste ano, que passou de R$ 765,65 para R$ 842,22.

Ainda que indiretamente, o aumento no metro quadrado do terreno influenciou também os valores das unidades, elevando-as à categoria de luxo. “O luxo cresceu porque o preço do metro quadrado cresceu. Luxo é classificado pelo preço e não pelo tamanho do imóvel. É possível encontrar empreendimentos já a partir de 150 metros quadrados entrando na categoria de luxo, o que há alguns anos não entraria, pois teriam preços menores”, aponta o economista e sócio da Brain, Fábio Tadeu Araújo

Localização
Além do preço, os segmentos imobiliários luxo e supereconômico também se diferenciam na questão da localização. Os imóveis luxuosos se concentram ao redor da Praça do Japão, entre os bairros do Batel e Água Verde, além da Praça da Ucrânia e Mossunguê (Ecoville). De acordo com Araújo, as regiões são próximas ao centro, onde o preço do terreno é maior.

Já os supereconômicos estão localizados nos extremos da capital, em bairros como Sítio Cercado, Xaxim, Umbará e Campo de Santana. Esses locais têm valores de terrenos mais baratos que regiões centrais e, portanto, possibilitam a construção de empreendimentos supereconômicos. “São regiões onde o público comprador já residente, onde está a demanda”, completa.


Fonte: Gazeta do Povo